4 de jan. de 2016

Melhores filmes (e o pior filme) de 2015


SPOILER: minha lista será parecida com a lista de muitos por aí e provavelmente contém pequenos spoilers dos filmes.


Não vi muitos filmes esse ano, mas tentei ver aqueles mais comentados e os grandes blockbusters, porque sou uma garota de hits e cultura pop mainstream, os filmes de arte e não hollywoodianos ficam por conta da Lee. Mas vira e mexe um me surpreende, como tem na listinha. No melhor estilo Alta Fidelidade, aí vai um top 5:



5. Malala


Eu me pergunto quem está ganhando dinheiro com essa cobertura midiática em cima da Malala Youzafzai. Para quem estava numa toca e não sabe quem ela é, Malala é uma garota paquistanesa que queria muito frequentar a escola e enfrentou o talibã por esse direito, recebeu em troca um tiro no rosto e um nobel da paz. Hoje é refugiada e mora com a família no Reino Unido. Gosto de pensar que o lucro com o livro e o documentário derivado estão indo pra o Malala Fund, que ajuda na educação de meninas pelo mundo.

De qualquer forma, o documentário é muito leve e bem montado. Conta a vida de Malala, a relação com o pai e com a escola utilizando animação para ilustrar as histórias passadas, bem como entrevistas com os membros da família e outras passagens dela pela mídia, como o recebimento do nobel da paz. 

A história é maravilhosa, daquelas de deixar o coração quentinho e recuperar a fé na humanidade. Em um momento Malala mostra suas notas da escola e fala da dificuldade em química, em outro mostra fotos no Google de seus jogadores de cricket favoritos, provando de que essa menina sensacional é como qualquer um de nós. Com foco na importância da família e educação dos jovens, o filme é um respiro nesse momento de crise mundial.

A palavra "tenso" resume bem o filme. Em seu primeiro filme, o diretor e roteirista Alex Garland merece ser mencionado pelo trabalho primoroso em criar uma atmosfera de suspense como há muito tempo eu não via. A história gira em torno de apenas três personagens, um cientista, um programador e uma inteligência artificial, reclusos em uma casa luxuosa para um experimento.

Fui sabendo muito pouco sobre o filme, por indicação de um dos meus youtubers favoritos, e realmente é melhor assistir sem muita informação. Tem aquele sentimento de filme "indie", que eu particularmente não gosto muito, e dois atores cujos filmes que eu havia visto previamente estão na minha lista de piores filmes da vida: Oscar Isaac e Domhall Gleeson (Sucker Punch e Frank), mas parece que eles apenas não tiveram sorte com os roteiros que escolheram e dessa vez deu certo. Mas destaque mesmo é Alicia Vikander, de O Amante da Rainha, colocando no rosto todas as nuances em uma inteligência artificial descobrindo a humanidade. 

Matt Damon é apenas o cara mais legal de todos os tempos e ele tá preso em Marte. O que pra mim foi crucial para esse filme ser um dos favoritos do ano é que ele é engraçado e nada depressivo, definitivamente uma surpresa. Espero sempre um tom reflexivo de filmes de ficção científica, nesse a reflexão é o quão importante é a vida de um único homem. 

A crítica comparou com Naufrágo, mas apesar de algumas semelhanças, acho que o grande diferencial entre os dois filmes é que em Perdido em Marte mostra o outro lado, o esforço de outras pessoas para conseguir o resgate. Apesar de uma situação por enquanto impossível, o realismo como tudo é tratado, desde a ação e diálogos dos personagens até as possibilidades da ciência, é outro ponto alto do filme. Em algum momento parece que é daquelas histórias "baseada em fatos reais". Maravilhoso.

Polêmica: meu coraçãozinho Jedi bateu forte assistindo esse filme, especialmente agora que os protagonistas são uma mulher e um homem negro, mas sei que de resto foi só fanservice. Apesar de amar todas as decisões tomadas em relação ao destino dos personagens, o roteiro é Guerra nas Estrelas novamente. Tem a jornada do herói (que eu amo), tem o droid fofo, o planeta deserto, o nevado e o de florestas, o vilão mascarado, a base militar do mal, o alien mostrengo comerciante, o personagem mascarado cool que não faz nada, rebeldes vs O mal, sith que só aparece em holograma, e por aí vai. 

No entanto, o que faz esse filme estar aqui são as novidades, os protagonistas, como já citei são as pessoas mais legais de todos os tempos desde Matt Damon em Perdido em Marte. A química entre eles é impecável e o elenco de um modo geral é muito superior em talento do que os atores originais (ok, mérito também do diretor), além disso o vilão é humano ainda e tem a tentação do fazer o bem. 

Despertar da Força conta com a nostalgia dos fãs antigos, mas renova a história para fãs novos. É um equilíbrio entre passado e futuro que estabelece perfeitamente o início de uma franquia, mas conta muito com a qualidade do próximo filme para se manter divertido e relevante, já que introduz mais do que conclui. 

Da fotografia linda, aos efeitos especiais sensacionais, passando por personagens surreais, Estrada da Fúria é puro deleite. Um fiapo de história que funciona por não ser pretensiosa e didática (olhando pra vocês Nolans) e ir direto ao que interessa: Furiosa decide fugir da escravidão e vira o caminhão pro outro lado, Immortan Joe fica com raivinha, dentes prateados, guitarrista mascarado e Mad Max. É isso. Cada cena tem algo que prende a atenção, seja pelo inusitado ou pelo fantástico.

Estrada da Fúria trouxe a franquia pra um público novo com um filme que não precisa de prequels ou sequels, o que hoje no cinema blockbuster é um grande diferencial. O fato de ter uma protagonista feminina (e outras personagens ótimas como a Splendid) é, naturalmente, muito importante e acrescenta à experiencia mostrando que, olha só que fantástico, mulheres são seres humanos tão capazes quanto homens. Uau, revolução hein Hollywood. 

Eu provavelmente gostaria do filme de qualquer forma, mas o fato de ser Charlize Theron a companheira de aventuras de Max e não um Jason Momoa ou Chris Hensworth da vida me deixa extremamente feliz e satisfeita. Representatividade importa.


O PIOR:


Aqui caberia filmes do Adam Sandler ou do Ashton Kutcher, caberia aquela comédia romântica com relacionamento abusivo ou até o notório Cinquenta Tons de Cinza. Mas, sinceramente, não assisto filmes que tem aquele selo de qualidade duvidoso e quando assisto, obviamente não estou esperando uma experiência agradável ou memorável. Por isso, por mais que Cinquenta Tons seja sofrível em atuação, roteiro e edição, eu esperava isso, então não há a decepção que Era de Ultron me proporcionou. 

Não odeio a Marvel. Vingadores e os filmes do Capitão América estão entre meus favoritos de ação/heróis; sigo firme e forte acompanhando Agents of S.H.I.E.L.D e amo Agente Carter - então dá pra ver que o critério nem é tão alto, mas caramba que filme ruim. 

Os personagens aparecem de maneira quase tão aleatória quanto Mortal Kombat Aniquilação, só para estabelecer os próximos filmes: o personagem do Andy Serkis que não acrescenta absolutamente nada à história, os gêmeos mutantes (são mutantes, Marvel, supera) mal tem diálogo, o Visão aparece apenas para viver um momento deus ex machina no fim, e a "era" de Ultron mal qualifica como uma semana. Vilão que promete muito e entrega pouco.

Super ameaçador com seus kawaii eyes.
A parte boa do filme é justamente quando ele se concentra nos diálogos de personagens quando Capitão, Homem de Ferro, Viúva e Bruce vão para a fazenda do Gavião Arqueiro. Lá conhecemos mais sobre motivações e interesses deles, além de trazer uma faísca de Guerra Civil e mostrar que, na verdade, o Gavião é o cara mais legal dos Vingadores. No entanto, esse momento também trás o pior diálogo de todo universo Marvel no cinema, que é a cena em que a Viúva se compara a um monstro como Hulk porque ela foi esterilizada pela organização em que ela foi forçada a trabalhar e não pode mais ter filhos. Sério galera, não dá. Apenas. Um beijo para todas as mulheres que não podem exercer sua função primordial no mundo: parir. 

Esse momento, porém, só coroa um filme que não entrega a ação e o entretenimento prometido, regride o desenvolvimento dos personagens em relação aos anteriores e luta para funcionar como início da fase três da Marvel no cinema com um fanservice aqui e ali, mas sem muito resultado.











Um comentário:

Anônimo disse...

Não vi esse Ex Machina, mas andei ouvindo falar bastante bem dele, preciso ver! Parece ótimo.

Eu já gostei muito de Vingadores 2, mas tem críticas válidas aí. Sem pensar muito, acho que meu top 5 seria:

5- Whiplash
4- Perdido em Marte
3- Era de Ultron
2- Mad Max (WITNEEEEEEEESSSSSSSS!!!!!!!!)
1- Star Wars